Sob o nome fantasia, ou melhor, fantasioso de “Encontro da indústria de defesa”, Eduardo Bolsonaro e dois deputados bolso-armamentistas estreantes no Congresso Nacional promoveram nesta quinta-feira, 9, na Câmara dos Deputados, um encontro de colecionadores de armas, atiradores e caçadores de javalis.
A pauta do Encontro Legislativo, oficialmente registrada no site da Câmara, era esta:
“O encontro visa trabalhar na implementação de políticas e iniciativas que busquem associar a recomposição da capacidade operativa da Marinha, do Exército e da Aeronáutica à busca de autonomia tecnológica e ao fortalecimento da Base Industrial de Defesa”.
Mas sobre isso descrito acima não houve a mais pálida fumaça. O que teve foi um aperitivo do que será a 57ª Legislatura do Congresso Nacional. Teve, por exemplo, “o temido Sargento Fahur”, que foi como o mestre de cerimônias do evento, um servidor público, chamou à tribuna do auditório o deputado Gilson Cardoso Fahur (PSD-PR).
Na tribuna de um auditório da Câmara dos Deputados, “o temido Sargento Fahur” disse coisas como “por circunstâncias que até agora eu não engoli, o desgraçado desarmamentista ganhou a eleição”; “esse ser maligno que assumiu a presidência da República”; e, aos berros: “acha que me ofendem me chamando de bolsonarista? Malditos! babacas!”.
Exaltado, o deputado Sargento Fahur exerceu assim seu direito de parlar, abordando a portaria do Ministério da Justiça que determina prazo de 60 dias para os CACs cadastrarem suas armas de fogo no Sistema Nacional de Armas, gerido pela Polícia Federal:
“Trabalhei 35 anos na Polícia Militar dando coronhada e tiro na cabeça de vagabundo, continuo combatendo vagabundo no Parlamento, e vou andar desarmado?”.
E desafiou, novamente aos berros:
“Flavio Dino, vem buscar minha arma aqui, seu merda!”.
Veja aqui, no final do vídeo:
Ainda existe Comissão de Ética na Câmara dos Deputados?