O vereador José Antônio Nogueira, de Resende, no Sul Fluminense, posa com Luciano Hang. Há poucos meses, Hang inaugurou uma filial da Havan na cidade (Foto: Reprodução/Facebook).

No último 9 de novembro, o vereador José Antônio Nogueira, da cidade de Resende, no Sul Fluminense, homenageou no plenário da Câmara local um dos mais famigerados torturadores e assassinos que serviram à Ditadura brasileira, o delegado Sergio Paranhos Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo.

De microfone em punho, Zé Antônio, como é conhecido, parabenizou Fleury por ter “executado” – o vereador fez questão de usar a palavra certa – Carlos Marighella, classificando a execução como “um feito histórico para o nosso país”, e emendou dizendo que Fleury “deveria ter levado outros, como a terrorista Dilma”.

Veja o vídeo:

Vereador de primeiro mandato, Zé Antônio é do Patriota e da base de apoio do prefeito de Resende, Diogo Balieiro Diniz, do Democratas. Teve estrondosos… 412 votos nas eleições 2020. No momento em que diz em sessão da Câmara que Fleury deveria ter “levado” Dilma Rousseff também, além de Marighella, Zé Antônio parece usar um boné com a inscrição “Bolsonaro 2022”.

Não é possível ver claramente a inscrição no vídeo, mas é possível constatar que Zé Antônio veste, quando lamenta que a Ditadura não tenha “levado” Dilma, a mesma roupa com que fez, naquele dia, visitas a obras na Santa Casa de Resende e na Praça do Trenzinho, acompanhado de outro vereador bolsonarista e do prefeito Diogo Balieiro.

O PT de Resende protocolou no Ministério Público notícia crime contra Zé Antônio, além de pedido na Câmara Municipal de instauração de processo político-administrativo contra o vereador. O partido também promoveu no plenário da Câmara um protesto contra o fascismo e a apologia à tortura.

Em sua defesa, Zé Antônio se diz perseguido pelo PT e evoca “liberdade de expressão” para fazer apologia a execuções.

A Câmara de Vereadores, a Santa Casa, a Praça do Trenzinho, tudo em Resende; tudo em Resende fica pertinho da Academia Militar das Agulhas Negras, onde Jair Bolsonaro se formou aspirante a oficial das armas em 1977. Três décadas mais tarde, Bolsonaro também pegou num microfone para homenagear um torturador, “o pavor de Dilma Rousseff”. Não só não foi punido, cassado, processado ou condenado, como virou presidente da República e genocida.

Se o Zé Antônio não for cassado, portanto, ele já pode ir se animando para mais altos voos, com os cumprimentos das instituições brasileiras.

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1 Comentário

  1. O que estaria acontecendo com os que têm a responsabilidade de serem os guardiões da constituição, estarem assistindo, sem nenhuma atitude concreta e firme, o descumprimento da da Carta Magna, da Lei Suprema do Brasil?
    Será que as “forças terríveis” estariam agindo, agora a favor do governo e contra os que têm a responsabilidade de serem os guardiões da constituição?

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