Sergio Fernando (Foto: Lula Marques).

Sem a carta branca que durante anos carregou no bolso, dada a ele pelo Judiciário, pela mídia e pela banca, Sergio Fernando Moro se vê hoje munido apenas do seu conhecido cinismo, exercitado não mais nos autos, sobranceiramente, com sérias consequências para o país, mas agora pateticamente, inofensivo, via Twitter.

Hoje, nem o Twitter é mais Twitter, é “X”, e Moro não passa de sparring de hacker de Araraquara. Foi-se o tempo do passarinho azul e do marreco de Maringá.

Os corvos, porém, seguem à solta, como mostra o virulento editorial “Corrupção estimulada”, da Folha de S.Paulo, sobre a decisão de Dias Toffoli que anulou provas produzidas pela conspiração Lava Jato.

Noves fora o oportunismo bandalho de Dias Toffoli, classificar a Lava Jato como algo diferente de conspiração, hoje, depois de tudo o que já revelado e documentado, e defender a manutenção de provas produzidas conspiratoriamente, ao arrepio de tudo quanto é vade mecum, é um tipo de jornalismo difícil de classificar.

Talvez seja do mesmo tipo daquele praticado pela Folha 50 anos atrás, quando, em setembro de 1971, saiu na capa do jornal o famigerado editorial “Banditismo”, no qual Octavio Frias de Oliveira dizia, no meio dos anos de chumbo, que o Brasil tinha “um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular”, e comemorava o assassinato de Carlos Lamarca.

Até a Folha de S.Paulo já inclui Sergio Moro entre “os vingadores” que habitam o passado, além do Paraná, no mesmo editorial – o mesmo editorial no qual a Folha, não menos cínica do que Sergio Fernando, diz que no passado “a Lava Jato e a maioria do STF estavam em congraçamento”.

E Lava Jato e a mídia? Estavam como?

E a Folha e a ditadura? Como estiveram, ainda mais à luz de novas revelações sobre as relações do jornal com a turma do delegado Fleury?

Dos dois “vingadores” insuflados pela Folha, xarás de nome composto – Sergio Fernando Paranhos Fleury e Sergio Fernando Moro -; dos justiceiros que receberam carta branca pra caçar “comunistas”, só um está vivo e ainda pode ser levado ao banco dos réus.

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