A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, participa de sessão solene em homenagem ao dia nacional de combate ao câncer infantil, na Câmara dos Deputados.

No filme O Conde, que acaba de estrear na Netflix, o diretor chileno Pablo Larraín conta a história do vampiro Claude Pinoche, que atravessa os séculos combatendo, anônimo, revoluções marxistas, anticoloniais e de escravos libertos. Um dia, cansado de ser mero soldado, Pinoche decide se tornar um comandante. Para isso, o vampiro escolhe um país da América do Sul e adota o nome definitivo de Augusto Pinochet Ugarte.

“Mas seria um plano imperfeito sem uma mulher ao seu lado. Para isso, Pinochet escolheu uma mulher ainda mais perversa e inescrupulosa do que ele, Lucia Hiriart”.

Durante toda a sanguinária ditadura de Pinochet no Chile, a mui cristã Lucia Hiriart liderou a fundação Centro de Madres (CEMA). Refazendo: Lucia Hiriart liderou, via CEMA, um esquema de malversação de recursos públicos e apropriação indébita de bens do Estado chileno, parte de um esquema maior de corrupção que tornou milionários o casal Pinochet e seus cinco filhos. Na vida real, Pinochet morreu em 2006, aos 91 anos de idade. Lucia morreu em 2021, aos 99.

No filme, Pinochet simula a própria morte e vai viver recluso com Lucia em uma ilha. Volta e meia, o general veste sua capa e seu quepe e vai caçar corações de estudantes e trabalhadores jovens, à noite, em Santiago. Lá pelas tantas, aos 250 anos de idade, Pinochet, amargurado, decide parar de beber sangue para morrer de verdade.

“Me chamaram de ladrão. Um soldado pode ser chamado de assassino, mas não de ladrão. Matei centenas de comunas, centenas, mas serei chamado de ladrão pelo resto da vida. Fui humilhado”.

Lucia, que sabe da natureza vampiresca de Pinochet, não se conforma por nunca ter sido mordida pelo marido. Quando ela pede mais uma vez que seu general crave os dentes em seu pescoço – “podemos viver mais 250” -, ele se irrita:

“Estamos juntos há 60 anos. O que mais você quer? Já teve tudo. Filhos, netos. Você tem sido a rainha desse deserto. Do que está reclamando? Tomamos conhaque todas as noites. Conversamos. Dormimos de mãos dadas. O que mais você quer?”.

No que Lucia responde:

“Ser um monstro como você”.

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