“Queria agradecer à Unoesc. Agradecer mesmo. Tem muita gente que não tem colhão de receber Bolsonaro na sua faculdade. Parabéns à universidade, um espaço de confronto de ideias, por ter levado isso aí a cabo”.
Foi assim que no dia 13 de novembro de 2017 o deputado federal Eduardo Bolsonaro se despediu do público e dos seus anfitriões na Universidade Oeste de Santa Catarina, na cidade de Joaçaba, ao fim das duas horas e quinze minutos de um evento chamado “Painel Desarmamento, Controle Social e Ascensão do Crime no Brasil”.
Como o nome do evento indica, e ao contrário do que disse Eduardo Bolsonaro, não houve “confronto de ideias” naquele painel realizado em um auditório da faculdade de Direito da Unoesc.
Os convidados para o painel, além de Eduardo, foram Carlos Bolsonaro; Tony de Lima e Silva Hoerhann, instrutor da escola de tiro catarinense .38, frequentada pelos filhos de Jair Bolsonaro e por Adélio Bispo; e o juiz olavista Márcio Umberto Bragaglia.
No painel, ao pontificar sobre as causas de morte de crianças no Brasil, Eduardo Bolsonaro disse coisas como: “Cuidado! Se você for comprar uma piscina para dar pro seu garoto, mata muito mais do que arma de fogo”.
Na época daquela valorosa contribuição dada pela Unoesc para a escalada da cultura da estupidez, do ódio e da violência no Brasil, o reitor da instituição era Aristides Cimadon, que três anos depois, em 2020, por um triz não assumiu o Ministério da Educação no governo Jair Bolsonaro, no lugar de Abraham Weintraub.
Hoje, Aristides Cimadon é secretário de Educação do governo Jorginho Mello em Santa Catarina. Após o massacre de quatro crianças em uma creche em Blumenau, na semana passada, o militante pró-armas Jorginho Mello anunciou, na contramão de evidências científicas, que irá chamar policiais aposentados para, armados, patrulharem as instalações das escolas estaduais catarinenses.
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