Num quebra-queixo na manhã desta sexta-feira, 7, na porta do Ministério da Saúde, o ministro Marcelo Queiroga foi questionado pela repórter Raquel Porto Alegre, da GloboNews, sobre o vazamento para a deputada Bia Kics de dados pessoais de médicos que defenderam a vacinação de crianças na audiência pública sobre o tema, inventada pelo desgoverno Bolsonaro e realizada na última terça-feira, 4.
Queiroga respondeu: “conflitos de interesses devem ser divulgados”.
Faz tempo que um grande filósofo brasileiro alertou sobre como a verdade costuma morrer na cruz da utilidade circunstancial que o cinismo dos fascistas encontra para elas.
Antes da audiência, os médicos entregaram ao ministério as chamadas “declarações de conflito de interesses”. É uma praxe. Nessas declarações, indicaram para quais empresas já trabalharam. Essas informações profissionais são mesmo tornadas públicas, mas o ministério fotografou a papelada na íntegra e repassou à deputada bolsonarista, que divulgou na internet dados pessoais dos médicos, como CPF, e-mail e número de celular.
Pressionado pela repórter, Queiroga disse que não é “fiscal de dados do ministério”.
É o fascismo de jaleco e CRM, e sem máscara, por mais que Queiroga usasse uma K-N95.