Comandante do Exército, general Tomás Paiva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

O Exército Brasileiro acaba de criar um assim chamado Grupo de Trabalho de Apoio à Gestão Institucional (GTAGI), espécie de Programa de Aceleração da “Família Militar” que visa “ampliar a coesão e a satisfação do público interno” – ir à guerra por mais regalias – e, junto ao público externo, evitar a “desinformação” – tentar minimizar o escancaro golpista do Partido Militar.

A criação do GTAGI, por uma portaria de 22 de agosto do Estado-Maior do Exército, foi uma determinação do comandante da Força, general Tomás Paiva, dada por meio da ordem fragmentária 001/2003, publicada no dia 10 de agosto, e em meio à crescente desmoralização das Forças Armadas.

Para garantir a satisfação do público interno, cabe ao GTAGI, conforme a portaria, propor medidas para, “em parceria com as demais Forças, um Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas adequado às necessidades da Família Militar”; “acompanhar a tramitação do novo arcabouço fiscal, visando ações oportunas para o atendimento de demandas reprimidas”; e “buscar a ampliação de recursos orçamentários, por meio de créditos adicionais, emendas parlamentares, convênios com ministérios e outras parcerias de interesse do Exército”.

O GTAGI será formado por 14 militares, sob a coordenação do vice chefe do Estado-Maior do Exército, general Sergio Luiz Tratz. A portaria 1133/2023 do EME, que criou o GTAGI, cita quatro vezes a expressão “Família Militar”. A expressão “Defesa Nacional”, nenhuma.

Quanto à sociedade em geral, para evitar a “desinformação” junto ao público externo, a portaria diz que o GTAGI deve cuidar da criação de “uma associação de amigos do Exército Brasileiro, em nível nacional, proporcionando a interlocução com personalidades e autoridades civis”.

O fact-checking do Partido Militar

No segundo semestre do ano passado, para evitar a “desinformação”, o Exército Brasileiro classificou como “fake news”, oficialmente, por meio de nota publicada a horas do primeiro turno das eleições, a notícia de que seu Alto Comando havia fechado questão por respeitar o resultado das urnas.

Repetindo: a horas das eleições, o Exército desmentiu notícia de que seu Alto Comando iria respeitar o resultado das urnas.

Depois, acerca de notícia publicada na imprensa de que o Alto Comando seria contrário ao relatório do Ministério da Defesa que lançou suspeitas sobre a lisura das eleições, o Exército soltou outra nota oficial, dizendo, na época, que “não há divergências entre o Comando do Exército e o Ministério da Defesa, diferentemente do que foi publicado”.

“As informações divulgadas na reportagem não são verídicas e constituem-se em desinformação à sociedade”.

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2 Comentários

  1. Abuso de poder. Militares precisam sossegar e se manter em seus compromissos. Jamais se envolverem na vida política do Brasil. Ter consciência de seu lugar. Acabar com privilégios pois não fazem nada pelo Brasil ou pela sociedade. São peso morto.

  2. Maria Antônia, procure se informar sobre as ações das forças armadas, não estamos em guerra, mas atuamos em varias frentes.
    pavimentação rodovias, estradas de ferro, ação médica na amazonia e muitos outros lugares e situações empregadas.
    não fale sem conhecer

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