Chico Buarque ombreou com o campo popular em todos os momentos históricos mais nevrálgicos do seu tempo, e via de regra pôs, põe seu imenso talento a serviço dos valores humanistas, progressistas, democráticos.
Já Sergio Reis, bem… Sergio Reis cerra fileiras com Jair Bolsonaro no golpismo setembrista e, a exemplo do grosso da música “sertaneja”, especula em sua “obra” com os piores preconceitos que grassam no seio das classes populares.
Mas, para o PSDB, diante de Chico Buarque, de um lado, e Sergio Reis, do outro, há, digamos, “uma escolha muito difícil” – título do famigerado editorial de 2018 do Estadão diante das candidaturas de Fernando Haddad e de Jair Bolsonaro à presidência da República.
“Basta ver em Chico Buarque e Sérgio Reis duas belezas musicais, e não só duas escolhas políticas. Basta lembrar que nós, assim como eles, somos todos brasileiros”.
Foi o que disse o governador e presidenciável tucano Eduardo Leite em vídeo gravado por ocasião do 7 de setembro – e da tentativa de viabilizar uma “terceira via”, como se houvesse uma, entre a democracia e a barbárie.
Chico Buarque nivelado a Sergio Reis. Por essa Tony Blair e Anthony Giddens não esperavam – ou será que esperavam? – quando decidiram batizar de “terceira via” o desmantelamento do Estado de Bem Estar-Social europeu.
No mesmo vídeo, no mesmo afã por emplacar uma “terceira via” em 2022, o governador do Rio Grande do Sul esbarra mesmo no insólito ao sugerir que o Brasil de hoje, o da luta contra o fascismo, é “um Brasil de Gil contra o Caetano”.
Os tucanos, indefectíveis, bizarros, insistem em não descer do poleiro, ou melhor, do muro.
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