Governo finge que não vê cassação de Glauber Braga avançar
O PT tem três titulares e três suplentes no Conselho de Ética da Câmara. De todos esses, só um apareceu para votar contra a abertura do processo de cassação de Glauber Braga.
“Ele quer perseguir os Parlamentares que considera adversários. É disso que se trata”, disse a deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP) nesta quarta-feira, 11, na sessão do Conselho de Ética da Câmara que aprovou a admissibilidade do processo de cassação do mandato do seu correligionário e companheiro Glauber Braga (Psol-RJ).
Sâmia se referia a Arthur Lira.
É disso que se trata: Lira perseguindo Glauber. O pretexto é o episódio de abril no qual Glauber escorraçou da Câmara um moleque destacado pela Avanguardia Giovanile Fascista, vulgo MBL, para importuná-lo e provocá-lo e insultá-lo em tempo integral. Se Glauber está no Rio, lá está Gabriel Costenaro em seu encalço. Se Glauber está em Brasília, é lá que Costenaro estará também, bafejando em seu ouvido.
Nesta quarta, em mais uma de suas óperas-bufas a que chamam de reuniões deliberativas, o Conselho de Ética da Câmara aprovou a admissibilidade do processo de cassação de Glauber por 10 votos a 2. Dos 10 votos contra Glauber, 7 foram de deputados cujos partidos estão representados na Esplanada dos Ministérios, isto a que outrora chamavam de “base aliada”.
E o PT?
O PT tem três titulares no Conselho de Ética da Câmara e mais três suplentes. De todos esses, só um, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), sentou o traseiro por um minuto nesta quarta para votar contra a abertura do processo de cassação de Glauber Braga. Talvez os deputados Jack Rocha (PT-ES), Jorge Solla (PT-BA), Ana Paula Lima (PT-SC), Joseildo Ramos (PT-BA) e Miguel Ângelo (PT-MG) estivessem ocupados, mangueiras nas mãos, apagando incêndios no Cerrado ou no Pantanal.
O outro voto favorável a Glauber Braga foi o do sempre fiável, este sim, Chico Alencar (Psol-RJ), que além de votar defendeu Glauber ao microfone. Jilmar Tatto não abriu a boca.
Nesta quarta, enquanto a batata de Glauber Braga assava no plenário 13 do anexo II da Câmara dos Deputados, o líder do governo na Câmara se gabava no plenário Ulisses Guimarães de que “a bolsa não para de crescer”. Sobre o caso Glauber, José Guimarães, caso tivesse ao menos se pronunciado, faria como fez sobre o direito ao aborto: “não é assunto de governo”.
Morre o Cerrado, acaba o Pantanal, e não chegam as “condições objetivas” para enfrentar os destruidores do Brasil, até porque pouco ou nada se faz para criá-las.
E assim o governo Lula abandona o deputado que botou Sergio Moro pra correr da Câmara, chamando-o de “juiz ladrão”, anos atrás, muito antes de expulsar Costenaro da casa, e quando Lula ainda estava na prisão.