Exclusivo: general encarregado de matar Lula visitou Mauro Cid na prisão
General Mario Fernandes participou do plano de assassinato em 2022 do então presidente eleito, Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do à época presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Come Ananás apurou que o general Mario Fernandes, que planejou assassinar Lula, visitou o tenente-coronel Mauro Cid na prisão no primeiro semestre de 2023, antes de Cid fechar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
General da reserva, Mario Fernandes foi preso nesta terça-feira, 19, pela PF, na operação Contragolpe. Ele foi um dos militares que participaram do plano “Punhal Verde e Amarelo”, de assassinato em 2022 do então presidente eleito, Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do à época presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, no âmbito da trama golpista.
O plano restou frustrado, por circunstâncias ainda por esclarecer.
Segundo a PF, o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes foi discutido na casa do general Braga Netto. O general era o vice na chapa de reeleição de Jair Bolsonaro. Mauro Cid corre o risco de ver anulados os benefícios que conseguiu ao fazer delação premiada, por ter omitido, por exemplo, o plano “Punhal Verde e Amarelo”.
Além de Mario Fernandes, pelo menos outros 11 generais visitaram Mauro Cid na prisão no primeiro semestre de 2023, antes de Cid fechar a delação. Além de Fernandes, oito generais da reserva e três da ativa foram até Cid no cárcere.
Um dos generais então na ativa que visitaram Cid foi Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, na época chefe do Comando de Operações Terrestres, órgão de direção operacional do Exército. Segundo as investigações sobre a tentativa de golpe em 2022, Theophilo pôs a tropa sob seu comando à disposição da conspiração golpista de Jair Bolsonaro e do bolsonarismo militar.
Outro foi o à época subcomandante de Operações Terrestres, general Sérgio Schwingel. O terceiro general da ativa que visitou Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército antes da delação premiada de Cid foi Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, então chefe do Preparo da Força Terrestre.
Entre os generais da reserva que visitaram Mauro Cid na prisão está Júlio Cesar de Arruda, o primeiro nomeado por Lula para o comando do Exército. Arruda seria substituído pelo general Tomás Paiva justamente por se recusar a reverter a nomeação de Cid para a chefia do 1º Batalhão de Ações e Comandos.
Também visitaram Cid na prisão os generais da reserva Eduardo Pazuello, que recentemente, como deputado federal, empregou o general Mario Fernandes como assessor parlamentar; e o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, que urdiu junto com o general Eduardo Villas Bôas o projeto de ditadura reloaded "Projeto de Nação - O Brasil em 2035".
Os outros generais da reserva que visitaram Mauro Cid no cárcere, antes da delação premiada em parte fraudulenta, foram Pedro Ronalt Vieira, Roberto Escoto, Edson Diehl Ripoli e Ridauto Lucio Fernandes, além de Mauro César Lourena Cid, pai de Cid.
Esses generais golpistas e articuladores de planos de assassinatos continuam na ativa, recebendo seus soldos?!