A farra familiar de ministros de Lula nos tribunais de contas estaduais
A esposa de Camilo Santana, ministro da Educação, deve ser a quinta consorte de ministro de Lula enfiada por seu marido em cargo vitalício com salário que beira ou passa os R$ 40 mil.
Waldez Góes, do PDT. Renan Filho, do MDB. Wellington Dias e Rui Costa, do PT.
Todos ministros do governo Lula. Todos mexeram pauzinhos em legislativos estaduais para enfiar suas respectivas esposas em cargos vitalícios nos tribunais de contas dos seus estados, com salários que beiram ou passam os R$ 40 mil.
Dois desses ministros - os dois do PT - fizerem isso enquanto ministros de Estado de um governo comprometido com os princípios republicanos.
Em fevereiro de 2022, quando ainda era governador do Amapá, Waldez Góes enfiou Marília Góes no Tribunal de Contas do Estado. Góes é hoje ministro do Desenvolvimento Regional.
Em dezembro daquele ano, Renan Filho meteu Renata Calheiros no Tribunal de Contas do Estado de Alagoas. Renan Filho de Renan Calheiros é hoje ministro dos Transportes.
Em janeiro de 2023, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, no exercício do cargo, socou Rejane Dias no Tribunal Contas do Estado do Piauí, em nome do desenvolvimento familiar.
Em março de 2023, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, emplacou sua senhora, Aline Peixoto, no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.
Agora, um terceiro ministro do PT, o da Educação, Camilo Santana, está prestes a traficar sua mulher, Onélia Leite de Santana, para o Tribunal de Contas do Estado do Ceará, onde já encontra-se, desde 2014 e até se aposentar, a senhora Patricia Saboya, ex-mulher de Ciro Gomes.
Sobre a indicação de Onélia Santana para o TCE-CE, o líder do governo Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do estado, Romeu Aldigueri (PDT), saiu-se com essa pisada adicional na fuça do povo cearense:
“Sobrepõe qualquer questão de natureza política partidária. É uma oportunidade que nós estamos dando para que o Tribunal de Contas do Estado, pela primeira vez, tenha paridade e tenha, a partir de agora, três mulheres na sua composição".
Governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) emplacou Daniela Barbalho no TCE-PA menos de três meses após ser reeleito.
E por aí vai. E assim vamos, de olhos bem fechados.
Depois, afetamos espanto com a ascensão de justiceiros e moralizadores não só nos estados, mas à cena política nacional.
Cirúrgico