Morreu na noite desta segunda-feira, 24, o antigo astrólogo da Veja e dito “filósofo” Olavo de Carvalho, “guru” do bolsonarismo. Incorrigível em matéria de passar a mão em cabeças fascistas, o maior portal noticioso do Brasil, o UOL, destaca na manhã desta terça, 25, que Olavo de Carvalho era ícone dos “conservadores”. No obituário do inimigo do país, o UOL classifica-o como “influenciador”.
Olavo de Carvalho deixa esposa, oito filhos, 18 netos e um país envenenado.
Antigo astrólogo da Veja, Olavo de Carvalho foi o grande abre-alas para o desfile de provocadores, embusteiros e falangistas que na última década exibiu-se à vontade na mídia dita “de referência”, em nome do “pluralismo” nas folhas e gazetas nacionais, enxergando conspiradores comunistas em Dilma Rousseff, Barack Obama e até em Arnaldo Jabor…
Um dos primeiros seguidores de Olavo do Carvalho que ganharam notoriedade enquanto tal foi o jovem nazi que hostilizou Dilma em uma universidade nos EUA no dia 1º de julho de 2015, aos gritos de “Terrorista! Comunista de merda! Assassina!”. Na época, o agressor disse à Folha de S.Paulo que era admirador do general Castelo Branco e do fascista italiano Gabriele d’Annunzio, e que torcia pela candidatura de um obscuro deputado federal pelo Rio Janeiro à presidência da República em 2018, cuja família tinha dado a Olavo de Carvalho a Medalha Tiradentes no Rio de Janeiro.
Sobre Olavo de Carvalho, o agressor confessou o seguinte: “É o Olavo de Carvalho que me orienta sobre quais serão os próximos movimentos, ele me orienta sobre tudo. Não só eu, né? Muita gente”.
O tempo voou, e menos de três anos depois o Governo Federal do Brasil tinha mesmo uma “ala olavista”, principalmente no Ministério da Educação.
Não obstante, Olavo de Carvalho volta e meia não poupava do seu veneno sequer o seu rebanho de admiradores, seus papagaios de estimação, gente que ainda faz o triste e autodepreciativo papel de sair de casa, ir até uma livraria e pagar cerca de R$ 100,00 para comprar, por exemplo, um livro intitulado “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, lançado em 2013 por “Olavão” e pelo mesmo grupo editorial que anos antes havia comprado a gloriosa Civilização Brasileira de Ênio Silveira.
Da civilização americana, onde morava, Olavo de escreveu uma vez escreveu o seguinte em uma rede social:
“Aparentemente, não tenho alunos nem leitores: tenho seguidores, devotos, fiéis, militantes e cultores idolátricos. Todos iletrados e de baixíssimo QI. Ninguém discute minhas ideias nem me cobra explicações. Ninguém ousa sequer fazer perguntas. Todo mundo recorta o que eu escrevo, gruda na parede, decora e recita antes de dormir para ver se ganha na loteria”.
Olavão, pobrezinho, morreu incompreendido? Não. Morreu impune, como via de regra morrem os maiores aniquiladores, sabotadores e vendilhões da ideia de um Brasil civilizado.