A fila para almoço em um restaurante popular de Manaus começa às oito da manhã. São estudantes, velhos, desempregados, desalentados e até famílias com mais de dois membros com trabalho fixo, sim senhora, sim senhor.

Mas é que os salários, afinal, são de fome.

Um supermercado do Rio vende por 10 reais restos de quatro fatias de queijo esférico furadas com forminha de coração. Provavelmente sobras de alguma cesta de café da manhã do dia dos namorados dada com juras de amor eterno.

Para as sobras, dizia Eduardo Galeano, “o sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar”.

A revolução dos nachos

Ainda da série “Amar é”, no Twitter viralizou como um rastilho de pólvora entre paióis uma foto de um pacote de Doritos oferecido a duas vezes sem juros no cartão AME. 

A AME, com este nome cordial, é uma fintech criada em 2018 para “revolucionar a maneira como as pessoas lidam com o Dinheiro”: 300 gramas de nachos industrializados em duas parcelas de R$ 11,00.

Os paióis não explodem jamais. Já a Elma Chips lançou não faz muito tempo o Doritos Dinamita – “uma explosão de sabor”…

‘Capital do ossinho’

O que também viralizou, em 2021, foi a fila de cinco quarteirões para pegar ossos oferecidos de graça por um açougue da capital do Mato Grosso, Cuiabá. 

O estado da “capital do ossinho” é um dos poucos onde Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, com 47,5%, mas Lula cresceu 10 pontos percentuais desde fevereiro entre os mato-grossenses.

Cinco pontos para a esperança de comer, outros cinco, quem sabe, para a vontade de amar.

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