Baixou o Visconde de Cairu nos ricos de Bento Gonçalves.
Em “nota de esclarecimento” sobre o uso de trabalho escravo (desculpe, “análogo à escravidão”) por vinícolas que são orgulho da terra, da serra gaúcha, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves soltou uma nota, digamos, análoga à escrotidão.
Na nota, põe-se a culpa de “situações como esta” (as vinhas da escravidão) no… Bolsa Família!
Funcionaria assim: a falta de mão de obra seria “um grande problema” para os vinicultores de Bento Gonçalves, mesmo com “uma larga parcela da população com plenas condições produtivas”. É que, segundo a CIC, quem é forte para trabalhar não quer trabalhar porque prefere se encostar em “um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”.
No ano de Graça de 1781, um membro não da CIC, mas da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, deu notícias do Brasil a um amigo de Portugal dizendo que os escravos abusavam “da mansidão do senhor para se conservarem na indolência e fugirem do rude trabalho de lavrar a terra”, e assim “enchem de mil amarguras a vida rusticiana”…
Quanto ao trabalho dito escravo, a empresa que foi contratada deve ser indiciada…fatos devem ser verificados na veracidade!
Nossas Vinícolas são hedoneas!
Sei da luta pra manter!