Três repórteres da Folha de S.Paulo contaram na véspera do Natal que Lula estava negociando nesses termos, dessa maneira aqui, olha, com o União Brasil, mais especificamente com Davi Alcolumbre:
“Lula teria sugerido a Alcolumbre os ministérios da Previdência, das Comunicações ou do Turismo. O senador amapaense não demonstrou interesse por nenhuma das três pastas, segundo relatos”.
Os “relatos”, portanto, davam conta de que Lula teria oferecido um ministério mais que nunca relevante, o das Comunicações, central para as batalhas que se avizinham, ao indefectível Davi Alcolumbre, e assim, como quem aponta a rabanada na mesa, entre o pavê de Previdência e o panetone de Turismo.
Entregar à direita, e desta forma, o Ministério das Comunicações? Logo Lula? Lula, que conheceu no lombo o que o Brasil colheu, no lombo também, como resultado de se tratar a questão da comunicação apenas como um quitute a mais pra dar pra todo mundo encher o bucho, entre outros vacilos; de não se ter atacado com firmeza, quando mais era possível, a questão da comunicação – informação, mídia, oligopólios x democratização, desinformação.
Na véspera de Natal, o nome do deputado petista Paulo Teixeira já era dado como certo no Ministério das Comunicações. De modo que os “relatos” ouvidos pelos repórteres da Folha de S.Paulo pareciam ser apenas mais um conto de Natal, um balão de ensaio, destes que vemos todos os dias no céu da mídia corporativa.
De repente, porém, entre o Natal e o Ano Novo, Lula convidou para suceder ao genro de Silvo Santos outro Paulo, Paulo Azi, um ex-vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara filiado ao Arena, desculpe, PFL, foi mal, DEM, ou melhor, União Brasil.
Paulo Azi… Realmente, haja remédio contra acidez e queimação.
Azi, porém, foi convidado após setores do PT vetarem outro nome do União Brasil, Elmar Nascimento, muito ligado a Arthur Lira. Foi Elmar, porém, quem indicou o nome, um seu entreposto, que Lula acaba de anunciar para o Ministério das Comunicações.
Assim, depois de passar de mão e mão, a rabanada foi entregue ao deputado federal maranhense Juscelino Filho, de 38 anos de idade, que vai cuidar das políticas de telecomunicações e radiodifusão, além dos serviços postais, no governo de reconstrução nacional.