Em abril de 2018, na véspera do julgamento que poderia garantir Lula nas eleições daquele ano – que poderia, portanto, poupar o país da calamidade Bolsonaro -, o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, entrou de coturno no lawfare contra o petista, com o seu famoso – e impune – tuíte sobre “quem realmente está pensando no bem do país” e dizendo que o Exército “se mantém atento às suas missões institucionais”.
A ameaça surtiu efeito, com Rosa Weber votando expressamente à revelia de sua própria convicção, escancaradamente mutilando a Constituição da República, quando foi o fiel da balança – seu voto era, na época, o único tido como indefinido – para a derrubada, no Supremo, do Habeas Corpus preventivo de Lula contra a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.
Quatro anos e oito meses depois, a ministra Rosa Weber, agora presidindo o STF, volta a ser o centro das atenções – leia-se: de ameaças – às portas de mais um julgamento crucial para o Brasil na egrégia corte.
Nesta terça-feira, 6, véspera do julgamento do orçamento secreto no Supremo, deputados federais comandados por Arthur Lira se empenharam em mandar o recado de que se o Supremo implodir o Orçamento Secreto, inconstitucional e desgraça para o país, irão implodir na Câmara a PEC da Transição, republicana e fundamental para o país. O voto de Rosa Weber é novamente apontado como decisivo.
O mundo dá voltas, mas volta sempre para uma ameaça a Rosa Weber.