Na última vez que Israel culpou Jihad Islâmica por ataque mortal em Gaza, tinha sido Israel

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No início de agosto do ano passado, Israel matou dois líderes da Jihad Islâmica em bombardeios à Faixa de Gaza. Por duas cabeças, Israel matou de lambuja 24 civis palestinos e deixou outros 203 feridos. Entre os mortos, seis crianças, cinco delas explodidas em um ataque aéreo a um cemitério no campo de refugiados de Jabalia, quatro quilômetros ao norte da Cidade de Gaza.

Com os corpos das crianças ainda quentes, Israel negou veementemente que tivesse atacado alvos em Jabalia.

“As forças de segurança israelenses não bombardearam Jabalia. Está irrefutavelmente provado que esse incidente é o resultado de um disparo de foguete fracassado da Jihad Islâmica”, afirmou Tel Aviv, em comunicado.

Na época, o pai de quatro dos cinco meninos mortos no campo de refugiados disse à Al Jazeera que a família tinha certeza do responsável pelo ataque: Israel.

“Nossos filhos eram inocentes e jovens e estavam no cemitério em frente à nossa casa, visitando o túmulo do avô. Eles foram mortos a sangue frio. Apelamos a todas as partes para que se mantenham conosco e apoiem a causa dos nossos filhos nos tribunais internacionais”, revoltou-se Ihab Najim.

Semanas depois, o jornal Haaretz descobriu que o ataque ao cemitério em Jabalia tinha sido, sim, obra de Israel.

“Ataque israelense matou cinco crianças em Gaza, admitem autoridades, depois de culparem incialmente a Jihad Islâmica”, foi o título da reportagem.

Nesta terça-feira, 17, poucas horas após um bombardeio destruir o hospital Al-Ahli, na Faixa de Gaza, deixando centenas de mortos, Israel negou veementemente a autoria do ataque, atribuindo a explosão do hospital a “um disparo de foguete fracassado”, “fogo amigo”, um míssil perdido da Jihad Islâmica.

Nesta quarta-feira, 18, disse Joe Biden a “Bibi” Netanyahu, em Tel Aviv, referindo-se ao ataque ao hospital Al-Ahli, ali pertinho, no gueto: “parece que foi obra do outro lado, não de vocês”.

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