Foto: Isac Nóbrega/PR

Como seu filho Flávio num debate em 2016, Jair Bolsonaro deu uma fraquejada, cambaleou, precisou de ajuda para se manter de pé, após ver fracassada sua tentativa de autogolpe do 7 de setembro.

Quem deu o braço ao golpista foi o seu congênere Michel Temer, que passou a mão no telefone e ligou para Alexandre de Moraes, quatro anos e meio após tê-lo indicado para o Supremo Tribunal Federal.

Na nota divulgada após o telefonema, Bolsonaro voltou a mentir: disse que as ameaças que fez ao Supremo nos palanques de Brasília e São Paulo, no 7 de setembro, foram frutos do “calor do momento”, mas o dia do “ultimato”, do “último recado” ao STF, vinha sendo convocado, açulado, organizado desde julho, às claras.

Bolsonaro, na nota de “recuo”, mente. Mas, como diria o próprio, e daí?

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao ler a nota, sacudiu-a freneticamente no ar: “é disso que o Brasil precisa”.

Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que a nota é um “recomeço”.

E Lira tem razão. Na República dos bananas, em vez de empurrarem com o indicador um golpista prontinho para cair, parece que vão deixá-lo ganhar fôlego para tentar outra vez. Com a nota de “recuo”, Bolsonaro avança.

No 7 de setembro, soou ridículo um aviso do homem de Trump e Bannon que estava no Brasil agitando as coisas para o dia do “ultimato”. Durante seu voo para os EUA, depois de ser detido para depôr no aeroporto de Brasília, Jason Miller postou assim na rede social “conservadora” que ele mesmo fundou: “eu voltarei”.

Soou ridículo à luz do fracasso, digamos, da missão. Mas Rodrigo Pacheco e Arthur Lira estão aí para nos lembrar quem é mais grotesco nesta história.

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