Ex-chefe do GSI do governo Lula, general Gonçalves Dias, em depoimento à CPMI do 8/1 (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado).

O general Gonçalves Dias era o ministro-chefe do GSI no dia 8 de janeiro. Os batalhões de defesa do Palácio do Planalto sob comando do GSI não atuaram para impedir a invasão do palácio. “Alguém abriu a porta”, chegou a dizer o próprio Lula, ainda no rescaldo do ataque à Praça dos Três Poderes.

Nesta quinta-feira, 30, inquirindo GDias na CPMI do 8/1, a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), perguntou ao general por que não é comum haver troca massiva de nomes nos cargos do GSI quando há troca de governo, como acontece nos ministérios e conforme ela constatou após fazer um levantamento das trocas no GSI nos primeiros dias de governo novo desde que FHC passou a faixa para Lula.

“Porque é uma estrutura eminentemente militar”, respondeu GDias.

Eliziane Gama, então, emendou outra pergunta: “o senhor foi sabotado?”.

O general se ajeitou na cadeira e respondeu: “eu tenho 44 anos de Exército. Minha vida inteira. O Exército é uma instituição de Estado baseada na disciplina e na hierarquia. Senadora, eu quero acreditar que não”.

Não é todo dia que se vê um general de Exército deixando dúvidas no ar sobre o caráter de companheiros de farda, do militar brasileiro “forjado no exemplo de Caxias”.

Pouco depois, o deputado Rafael Brito (MDB-AL) fez diante de GDias a consideração de que o general não tinha o direito de se dar ao luxo de não trocar imediatamente os militares do GSI nomeados pelo seu antecessor, o general Augusto Heleno, aquele que precisava de “Lexotan na veia” para não incitar Bolsonaro a tomar atitudes drásticas.

“Talvez eu devesse ter feito isso, deputado”, disse GDias.

Para bom entendedor, o general Gonçalves Dias disse na CPMI do 8/1 que os militares que deveriam estar sob seu comando no dia 8 de janeiro na verdade estavam sob o comando de outro general, talvez de outros generais, talvez generais da ativa, certamente um da reserva, pelo menos um.

Mas talvez não sejam bons entendedores aqueles que encabeçam a CPMI e andam em reuniões no Forte Apache e dando declarações de que “as Forças Armadas impediram um golpe no país”.

Talvez seja outro o ex-chefe do GSI que deveria estar sentado nesta quinta no banco de inquirido da CMPI do 8/1.

Este:

General Augusto Heleno (Foto: José Cruz/Agência Brasil).

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