Como bom milico, o general quatro estrelas Paulo Sergio Nogueira se esmera firme, luta, não desiste de superar seu irmão de “Selva!” Eduardo Pazuello em matéria de um manda, o outro obedece.
Nesta quarta-feira, 6, para seguir mantendo acesa a chama do golpismo, o ministro da Defesa chegou ao ponto de apresentar um episódio de clonagem do seu próprio cartão de crédito como evidência de que a urna eletrônica não é “imune a ataque”.
“Tem os bancos que gastam milhões com segurança e eu tive meu cartão clonado há três semanas. A minha esposa, no ano passado”, disse o Pazuello do ministério da Defesa em audiência na Câmara dos Deputados.
Pazuello ou Osmar Terra?
Em 2019, Osmar Terra apresentou um passeio que fez nas ruas de Copacabana como prova contra um estudo da Fiocruz que não confirmava uma das terraplanices anti-cannabis do então ministro da Cidadania: a que de existe uma “epidemia de drogas” no Brasil.
“Andei nas ruas de Copacabana, e estavam vazias. Se isso não é uma epidemia de violência que tem a ver com as drogas, eu não entendo mais nada”, disse naquela feita o negacionista five stars.
Gorila, Godzilla, Iguana
Voltando ao gorila, ou melhor, ao Godzilla: nesta quarta, na Câmara, o general Paulo Sergio falou como um lagarto gigante que dormia seu sono ancestral no fundo do mar até ser cutucado e virar calamidade: “as Forças Armadas estavam quietas e foram convidadas pelo TSE”.
Isso se lagarto falasse. De qualquer maneira, a frase é metade mentira, metade verdade.
A mentira é que as Forças Armadas estavam quietas. Pelo menos desde às vésperas do golpe do 2016 as Forças Armadas estão tudo, menos quietas em sua função Constitucional.
Mas é verdade que as Forças Armadas foram convidadas pelo TSE para tumultuar, ou melhor, participar da Comissão de Transparência das Eleições, mesmo o TSE sabendo muitíssimo bem que, se não Godzilla, a iguana-verde-oliva há tempos virou pet de Jair Bolsonaro.