O Ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, levou um coronel da ativa do Exército Brasileiro ao Senado Federal para dizer, a menos de três meses das eleições, que “é possível” que as urnas eletrônicas brasileiras tenham sido sabotadas, que estejam batizadas, que “é possível” que o código malicioso esteja no chip.
“Em relação à ameaça externa, a gente considera que há sim um grande nível de proteção. A urna não se conecta à internet. Realmente, em relação a uma vulnerabilidade externa, é muito difícil. No que tange a uma ameaça interna, a uma vulnerabilidade interna, a gente ainda não tem disponível a documentação que nos leve a formar uma opinião conclusiva de que a solução é segura em relação a uma ameaça interna. É possível que um código malicioso tenha sido inserido na urna e fique lá latente esperando algum tipo de acionamento”, disse o coronel Marcelo Nogueira de Souza nesta quinta-feira, 14, na Comissão de Fiscalização do Senado.
Qualquer semelhança com “o nosso inimigo não é externo. É interno”, mote de Bolsonaro para 2022, pode não ser mera coincidência entre as linguagens do bolsofascismo e da cibersegurança, esta em sua versão “As aventuras do Ministério da Defesa contra o tribunal presidido pelo advogado do MST”.
Te cuida, Dallagnol
O coronel Marcelo Nogueira de Souza é o chefe de uma “equipe de fiscalização das eleições” inventada pelo general Paulo Sergio Nogueira e composta por 10 militares das três forças armadas.
Levado pelo ministro a tiracolo para uma audiência inventada pelo senador bolsonarista Eduardo Girão – para “Debater as recomendações dadas pelo Ministério da Defesa ao TSE para o aprimoramento do processo eleitoral” -, o coronel fez uma apresentação de 17 minutos. Foi um festival de suspeições mirabolantes sobre o TSE e sugestões estapafúrdias para as eleições – como já notou Fernando Brito – apresentadas com o suporte de um slideshow.
Lembra alguma coisa?
Sim, o golpismo bolsonarista, também ele, já tem o seu Powerpoint.
Vejam lá:






