Foto: Joédson Alves/Agência Brasil.

Em sua coluna desta quinta-feira, 25, na Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo adianta que parte do “núcleo duro” do governo Lula “já jogou a toalha” diante do César que comanda a Câmara dos Deputados – Arthur César Lira.

“O presidente precisa entregar diversos anéis para permanecer com os dedos”, diz a coluna. Como exemplo de anel, Mônica Bergamo cita “a área do meio ambiente”. Como exemplo de dedo, “o desenvolvimento econômico” – leia-se o arcabouço fiscal, rebranding do teto de gastos.

Desde quando “a área do meio ambiente” é anel, e não dedo, é mesmo um mistério. A não ser que de repente o lado de cá tenha aderido à hashtag #SomosTodosRicardoSalles.

Lula perdeu um dedo, o mindinho esquerdo, para o torno, stricto sensu, mas, lato sensu, na luta de classes. O anel ambiental que está disposto a entregar, transigindo com o marco temporal e a fritura em grelha pública de Marina Silva, entre outros bois do estouro da boiada gourmet, é nada menos que a soma dos outros nove dedos com os quais as classes dominantes concordaram até aqui.

É o anel da sobrevivência. É o anel do poder.

Falta pouco, se é que falta, para o César que comanda a Câmara declarar a si próprio primeiro-ministro do Brasil, onde vige – vige? – o presidencialismo.

O César, que é CAC, não abaixa o trezoitão que tem apontado para a têmpora do Executivo. Não abaixará.

O César foi reeleito com apoio do governo Lula, em outra vigência: a do cagaço de tentar derrotá-lo, dar com os burros n’água e produzir um novo Cunha.

Convém lembrar a filosofia de Frank Costello, o gângster interpretado por Jack Nicholson em “Os Infiltrados”, do professor doutor Martin Scorcese, logo no início do filme, sob o som de Gimme Shelter, de Mick de Mileto e Keith de Éfeso:

“Com uma arma apontada para a sua cara, qual a diferença?”.

As movimentações de Arthur Lira têm um nome: golpe – mais um.

E não acredite, leitor, leitora, leitxr – não com tudo isso de “jogar a toalha”, “entregar diversos anéis” -, caso alguém diga para você que “vai ter luta”.

Porque, ao contrário do que dizem os coaches, até a esperança tem limite.

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