Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE.

“Bolsonaro não poderia estar em disputa eleitoral. Sua candidatura é ilegítima”, lembra Janio de Freitas em sua coluna deste domingo, 4, na Folha de S.Paulo, e é bom que alguém da estatura de Janio de Freitas se dê ao trabalho de fazê-lo com todas as letras.

A fileira de crimes comuns e contra o país cometidos quase que diariamente por Jair Bolsonaro, diz Janio, não deixam de ser o que são porque naturalizados pela repetição e pela inação dos atores que têm o dever constitucional de freá-los e de frear o seu autor, nomeadamente o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e a Procuradoria-Geral da República.

Todos esses atores institucionais permitiram, porém, nas palavras de Janio de Freitas, “todo um mandato de liberdade criminal” a um obscuro militar escorraçado do Exército Brasileiro, mas chancelado no poder por algo que fala mais alto nos corações verde-oliva, branco-naval e azul-brigadeiro-do-ar, aquilo que Janio chama de “intolerância da classe armada à prática da democracia”.

“No Judiciário – diz Janio – os ímpetos de um e de outro não atenuam a passividade da mais que duvidosa conveniência de não “desestabilizar” o país. Sem se indagar que estabilidade seria essa, de um país em devastação geral, nas mãos de um governo delituoso, deliberadamente delituoso”.

“Os ímpetos de um e de outro”: estes ímpetos que até agora não lograram conter o projeto já avançado de aniquilação nacional – chegando, no máximo, a obrigar os dianteiros da nossa grande marcha para trás a recuarem um passo aqui ou ali, para depois avançarem, sorridentes, zombeteiros, mais dois, se não três.

Não obstante, portanto, “os ímpetos de um e de outro”, não será possível apagar que as instituições da República se transformaram em sócias de uma grande loja de duvidosas conveniências, de conivências, e, esta sim, “funcionando perfeitamente”.

“Bolsonaro está em campanha diária, por todo o país, com os recursos dos cofres públicos. A cada dia um ‘evento oficial’ dispensa de gasto. Nossos impostos custeiam o que a maioria não quer. E a essa igualdade de condições estamos forçados a chamar de eleição democrática”, diz ainda Janio de Freitas.

A rigor, Jair Bolsonaro não poderia entrar em disputa eleitoral pelo menos – pelo menos – desde o dia em que dedicou seu voto favorável à deposição de uma presidenta da República a um de seus torturadores, prenunciando, de resto, o jugo do país a suplícios inimagináveis.

Leia aqui, na íntegra, na Folha, a coluna de Janio de Freitas.

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