Israel já matou 326 crianças palestinas em menos de uma semana. Feliz Dia das Crianças?

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Ainda que sem fundamentação, a notícia de que o Hamas degolou ou decapitou dezenas de bebês israelenses no sábado passado continua repercutindo forte entre os homens e mulheres da tradicional família judaico-cristã-ocidental, inclusive da família tradicional brasileira, seja nas redes sociais, seja na TV, onde pelo menos dois medalhões da mídia pátria, Jorge Pontual e Valdo Cruz, deram azo àquilo que, aparentemente, não passa de propaganda de guerra assimétrica. A Casa Branca precisou retificar que Joe Biden tivesse visto fotos de crianças decapitadas em Israel, como dissera o próprio Biden. Tinha visto coisa nenhuma.

Na mesma toada, nada mudou quanto ao silêncio obsequioso de sempre dos bons cristãos, da comunidade judaica e da mídia – que afeta, digamos, horror imparcial – diante do impiedoso massacre de crianças palestinas, mais um, pelo Estado terrorista de Israel.

Desde o último sábado, dia da sangrenta incursão do Hamas na Palestina invadida, o Ministério da Saúde de Gaza – sim, senhoras e senhores mui civilizados, os “bárbaros” têm um – já notificou o assassinato de 326 crianças pelas forças de Israel, tudo em nome do “direito de Israel se defender” contra quem há 75 anos Israel não para, nunca parou de atacar – de humilhar, roubar, matar.

O número representa 30% do total de 1.100 palestinos mortos por Israel desde sábado e não inclui as crianças palestinas por certo trucidadas nos intensos bombardeios da noite desta quarta, madrugada desta quinta lançados contra a Faixa de Gaza. Em 2014, no último grande massacre promovido por Israel em Gaza, 506 crianças palestinas foram mortas, 70% delas com menos de 12 anos de idade, e outras 3.598 ficaram feridas.

Das 326 mortes de agora de crianças palestinas, até agora informadas pelo Ministério da Saúde de Gaza, 105 já tinham sido confirmadas nesta quarta pela organização Defense for Children International – Palestine (DCIP), credenciada pela ONU.

“Os bombardeios intensivos de Israel em toda a Faixa de Gaza, a falta de eletricidade, os ataques aéreos israelenses às infraestruturas de telecomunicações e a taxa sem precedentes de mortes diárias de crianças resultaram em um desfasamento entre as mortes confirmadas pela DCIP e o total de mortes de crianças publicado regularmente pelo Ministério da Saúde de Gaza”, disse ontem a DCIP, em comunicado.

Os vídeos abaixo, publicados pela organização independente Eye On Palestine, mostram cenas do massacre perpetrado por Israel no campo de refugiados de Al Shati, na Faixa de Gaza, na última segunda-feira, e de crianças palestinas sendo atendidas nesta quarta em hospitais de Gaza após ataques aéreos israelenses.

Além do massacre em Gaza, a DCIP confirmou que sete crianças palestinas foram mortas por forças israelenses desde o último sábado na Cisjordânia ocupada. Talvez fossem terroristas do Hamas.

Vejamos como a mídia brasileira irá repercutir todos estes números e imagens neste 12 de outubro, Dia das Crianças no Brasil. Em caso de jornalismo, vejamos como o braço “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” da tradicional família judaico-cristã-ocidental reage a eles, à morte, enquanto presenteia seus filhos e filhas com o Jogo da Vida e caças de brinquedo F-35, miniaturas dos F-35 de verdade com os quais Joe Biden está presenteando Benjamin Netanyahu, para ajudar com o infanticídio.

Vejamos. Algum palpite?

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