De um ex-participante do Big Brother Brasil a um vereador de Goiás, “influenciadores digitais” lucraram na internet com incitações aos ataques terroristas do 8/1. É o que aponta um relatório encaminhado à CPI do 8/1 pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A Folha de S.Paulo teve acesso ao relatório. Segundo reportagem do jornal, o vereador de Planaltina de Goiás Genival Fagundes (PL), por exemplo, chegou a faturar R$ 135 mil transmitindo ao vivo e in loco, via YouTube, a invasão da Praça dos Três Poderes.
O que a Folha esquece de informar é que o faturamento de canais como o de Genival Fagundes no YouTube é feito via ferramentas de “monetização” disponibilizadas pela Google, que morde uma fatia dos ganhos. A Google lucra com a intermediação entre incitadores e incitados do golpismo.
A reportagem diz que “o YouTube foi questionado sobre os usuários que transmitiram os atos de vandalismo, mas não respondeu até a publicação deste texto”. Por que o YouTube e a Google não foram, não são questionados por fazerem “rachadona” com bolsonaristas dos ganhos com fake news?
A Google, que, usando e abusando do seu imenso poder monopolista, sabotou o PL das Fake News dizendo que o projeto poderia “obrigar o Google a financiar notícias falsas”.

“É uma forma de ganhar dinheiro para quem está sem oportunidade”, disse no ano passado à ProPublica a diretora do Netlab da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marie Santini, sobre os editores de sites de fake news que ganham dinheiro com os sistemas de anúncios da Google.
E completou:
“Mas quem está ganhando dinheiro em grande escala? Claro, é a plataforma, a Google”.