Há indícios de que Israel fez ataque menor ao hospital três dias antes de bombardeio devastador

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Três dias antes de um forte bombardeio atingir o hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, deixando centenas de civis mortos, um ataque menor danificou o centro de diagnóstico e as unidades de ultrassom e mamografia do hospital. Um vídeo postado na internet após este ataque feito no último sábado, 14, e verificado pelo New York Times, mostra restos de um projétil de artilharia em meio aos destroços.

Diz o Times:

“Os grupos armados palestinos normalmente dependem de foguetes de longo alcance para atacar alvos em Israel e não há registros do uso, por eles, de obuses [um gênero de canhões] que disparam projéteis deste tipo. Israel, porém, costuma usar obuses para atacar áreas palestinas”.

O arcebispo Hosam Naoum, chefe da Igreja Anglicana em Jerusalém e no Oriente Médio, e que administra o Al-Ahli, disse em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 18, que o hospital recebeu três avisos de Israel para esvaziar suas instalações, por telefone ou mensagem de texto, um por dia, entre o ataque menor de sábado e o bombardeio devastador da última terça-feira, 17.

“Os avisos foram específicos para deixar o prédio”, afirmou Naoum.

O porta-voz do Exército de Israel, tenente-coronel Amnon Shefler, negou, dizendo que os avisos recebidos pelo hospital eram parte da pressão israelense para que a população em geral do norte da Faixa da Gaza se deslocasse para o sul do gueto sionista.

Ainda segundo o arcebispo Naoum, até cinco mil palestinos tinham acorrido para o hospital Al-Ahli nos dias anteriores ao bombardeio da última terça, em busca de um local supostamente seguro contra os ataques israelenses.

Muitos desses palestinos estavam aglomerados na área externa do Al-Ahli, precisamente onde caiu o bombardeio. Tel Aviv e Washington garantem ter evidências de que o que atingiu o pátio do hospital foi um foguete errático, extraviado, da Jihad Islâmica, não um dos mísseis de precisão de Israel.

“O hospital não era um alvo”, “não atacamos hospitais”, disse Israel.

E cemitérios?

Nesta quarta, Come Ananás lembrou que em agosto do ano passado cinco crianças palestinas foram mortas em um bombardeio que atingiu um cemitério no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em meio a uma operação de Israel em Gaza contra líderes da Jihad Islâmica. Com os corpos das crianças ainda quentes, Israel negou veementemente que tivesse atacado alvos em Jabalia.

“As forças de segurança israelenses não bombardearam Jabalia. Está irrefutavelmente provado que esse incidente é o resultado de um disparo de foguete fracassado da Jihad Islâmica”, afirmou Tel Aviv na época, em comunicado.

Semanas depois, o jornal Haaretz descobriu junto a fontes de Israel mais uma obra do Estado de Israel em território palestino, mas não era assentamento. Eis o título da reportagem: “Ataque israelense matou cinco crianças em Gaza, admitem autoridades, depois de culparem incialmente a Jihad Islâmica”.

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Comentários

Uma resposta

  1. É imperativo que “come ananás” mantenha-se firme nos seus questionamentos sobre as narrativas (?) das mídias corporativas em apoio irrestrito para justificar as ações terroristas do estado de Israel, que segue orientação estadunidense, também praticante do terror de estado.

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