Já dizia aquela velha máxima da economia brasileira: primeiro a gente faz bolo o solar, depois distribui a culpa. Nesta sexta-feira, 22, faltou dedo ao superministro (rsrsrs) da Economia (kkkkkk), Paulo Tax Haven Guedes, quando ele desatou a apontar responsáveis pelo sacrilégio da violação do 11º mandamento do Monte Sinai: o teto de gastos.
Culpados? Procura lá no Posto Ipiranga: Paulo Guedes apontou para “a política”, que na Escola de Chicago ensinam que é antagônica à economia; para o Senado, que não aprovou a reforma do Imposto de Renda, que era seu ovo no cu da galinha; para o Bacen, porque na Escola de Chicago ensinam de lambuja que juros altos matam inflação como raquetes elétricas matam pernilongos; apontou até para “os jovens”, referindo-se a seus secretários demissionários, que não teriam idade suficiente para dominar a arte de lamber botas, por mais que já tenham idade para fazer exames regulares de próstata.

E Paulo Guedes culpou também, ingrato, a imprensa. E Paulo Guedes culpou os pobres acima de tudo, os miseráveis acima de todos, as usual.
Exibindo a mesma desenvoltura com que já sugeriu que os mais pobres poderiam muito bem se alimentar com as sobras dos pratos da classe média, Paulo Guedes, durante o show da mais rasteira hipocrisia que estrelou nesta sexta com Jair Bolsonaro, saiu-se com essa: “todo mundo está dizendo que o povo está tendo dificuldade de comer”.
Primeiro: dificuldade de comer é quando o cabra tem garganta inflamada. O povo está é passando fome.

Segundo: o que é mais grave? Um ministro da Fazenda, desculpe, da Economia, que mantém conta em paraíso fiscal ou um ministro da Economia que, diante da abundância de dados, relatórios e reportagens sobre a escalada da fome em seu país, diante disso, diz que sobre isso corre um certo zunzunzum?
Guedes, que acaba de voltar dos EUA, parecia cantarolar “Disseram que eu voltei americanizada”. Terceira estrofe, bem a propósito de um pinochetistazinho bem pequenininho, do tamanho de um botão, alçado pelo capitão caverna a ministro de Estado, e que mais que nunca looks like shit:
E corre por aí que eu sei certo zum zum
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada
E dos balangandans já nem existe mais nenhum
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