Há quase um mês, o sociólogo e “jornalista” Demétrio Magnoli disse ao vivo na Globo News, na noite de uma sexta-feira 13, que os esforços do Brasil por um cessar-fogo na Faixa de Gaza não passavam de “alinhamento com a Rússia, que resolveu apoiar o Hamas”.
Por lógica, Demétrio Magnoli disse que o governo Lula resolveu apoiar o Hamas. Sem que ninguém lhe contestasse, Magnoli se sentiu à vontade ainda para classificar a solidariedade internacional com o sofrimento do povo palestino como “antissemitismo” da esquerda.
Naquela sexta-feira 13, pelo menos 250 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza por Israel. Hoje, já são pelo menos 11 mil mortos em Gaza no mais cruento capítulo da limpeza étnica da Palestina pelo sionismo assassino e acobertado pela “comunidade internacional”. Quase a metade dos dizimados é de crianças.
Sobre estes cerca de cinco mil pequenos detalhes mortos em pouco mais de um mês, o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse o seguinte na última quinta-feira, 9, na Conferência de Ajuda Humanitária em Paris:
“Eu reitero a condenação do Brasil aos ataques terroristas contra os israelenses e a tomada de reféns. No entanto, atos bárbaros como esses não justificam o uso indiscriminado da força contra civis. A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente”.
Por causa dessa fala, no dia seguinte, outra sexta-feira – esta sexta-feira, 10 – em um programa vespertino da Globo News, Demétrio Magnoli acusou absurdamente Celso Amorim de antissemitismo. Novamente, não houve contestação, mesmo com o estúdio apinhado, mesmo que o único “crime” de Celso Amorim tenha sido não transigir com o que é inaceitável.
Demétrio Magnoli é um colaborador ideológico da barbárie sionista – dos seus massacres, das suas invasões, ocupações, humilhações e mentiras – enfiado na programação do maior canal de notícias do Brasil. Isso é normal e se chama pluralidade? Não. Isso é chocante o nome disso é jornalismo de Vichy.
E Magnoli não é o único a negar pela borda o direito à vida e outros marcos civilizatórios, sempre à vontade, no canal que nunca desliga.
Naquela macabra sexta-feira 13, outro, Jorge Pontual, chegou a dizer que repercutir imagens de palestinos trucidados pelas bombas de Israel “é fazer propaganda do Hamas”.
A mídia brasileira nunca desliga de cometer o mesmo erro: transigir com o que é inaceitável.
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