O ministro da Justiça, Flavio Dino, garantiu aos brasileiros chocados com o flagelo ianomâmi que a fuga de milhares de garimpeiros da Terra Indígena Ianomâmi não significa impunidade.
Segundo Dino, o foco agora é nos financiadores do garimpo ilegal. Não foram os financiadores, porém, não apenas, que estupraram, doparam com cachaça, envenenaram com mercúrio, assassinaram com armas de fogo homens, mulheres e crianças ianomamis.
De um lado, Flavio Dino garante que os peões do garimpo ilegal que ora fazem o caminho inverso da invasão nos rios Apiau e Uraricoera, sem encontrar maiores obstáculos da parte do Estado brasileiro, estão sendo identificados por imagens e serão alvo de inquérito policial.
Dino afirma que isto é o mais prudente a se fazer, a fim de evitar um conflito que infelicite ainda mais a vida dos indígenas. É justo.
De outro lado, porém, o governador de Roraima, Antonio Denarium, e senadores do Estado já articulam em Brasília não apenas anistia para os “servidores simplórios” do genocídio ianomâmi, mas ainda a criação de “programas sociais” para beneficiá-los.
Anistia e benefício, mesmo diante das cenas de horror que chegam da Terra Indígena Ianomâmi e meio século depois de o Exército Brasileiro dar largada aos ataques à demarcação de terras indígenas em Roraima em nome do “direito natural de ir e vir” de “rudes garimpeiros” em seus “passos no rumo do ouro”…
Por ora, as cenas da fuga de garimpeiros após barbarizarem a Terra Indígena Ianomâmi apenas lembram que o chefe do Comando Militar do Planalto impediu uma ação policial no acampamento terrorista do QG do Exército por risco de conflito com que estava armado no acampamento.
Como não se tem notícia de apreensão de armas com os patriotas presos no dia seguinte na frente do QG, entende-se que o Exército moveu tropas e blindados para o meio da via de acesso ao Setor Militar Urbano a fim de dar fuga, no meio da noite, a quem lá estava armado e que tinha acabado de barbarizar a Praça dos Três Poderes, exatamente um mês atrás.
A quem tinha informações sobre os financiadores.
Por ora, as cenas da fuga de garimpeiros da Terra Indígena Ianomâmi lembram que o Batalhão da Guarda Presidencial tentou dar fuga ao “patriotas” que arrebentaram o Palácio do Planalto, e que o BGP conseguiu dar fuga a Ana Priscila Azevedo, “tenente” do ataque terrorista do 8/1 ligada a Hamilton Mourão.
Lembram, incomodamente, que o grande chefe do genocídio ianomâmi fugiu à vontade do Brasil, para tentar virar italiano, mesmo com pelo menos um ministro do STF sabendo ser ele o cabeça de uma conspiração golpista para anular as eleições e se manter no poder.
Paixões nacionais: futebol, churrasco, cerveja e dar fuga a criminosos.