General Valério Stumpf Trindade.

Acontece nos próximos dias 26, 27 e 28 de junho em Portugal a 11ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa, surubada juriscorporativa, orgia de conflitos de interesses, farra da justiça de classe promovida anualmente pelo Instituto de Direito Público (IDP), do ministro do STF Gilmar Mendes.

Como nas 10 edições anteriores do convescote despudorado de Gilmar Mendes no estrangeiro, a de 2023 reunirá sob o céu de Lisboa altas figuras do Poder Judiciário brasileiro e do poder econômico que opera no Brasil, bem como os advogados que representam os últimos perante os primeiros.

Estarão lá, por exemplo, três ministros do STF e Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco; 10 ministros do STJ e André Esteves, do BTG Pactual; três ministros do TCU e Rubens Ometto, do Grupo Cosan; Cristiano Bem-Vindo ao Clube Zanin e uma dúzia de sócios de alguns dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, todos com litigâncias nos tribunais superiores.

O Judiciário não é imparcial, mas o evento, pelo menos, é “carbono neutro”.

O “mundo político” também vai participar da esculhambação da semana que vem em Lisboa, também a exemplo dos anos anteriores. Estão confirmados o vice-presidente Geraldo Alckmin, nove ministros do governo Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara, Arthur Lira, uma pá de parlamentares e uma penca de governadores, como Claudio Castro, Tarcísio de Freitas e Helder Barbalho.

Mas neste ano há uma novidade. Pela primeira vez o Fórum Jurídico de Lisboa vai abordar “o papel das Forças Armadas no Estado Democrático de Direito”. Este é o nome de um painel do evento marcado para a tarde do dia 26. Participarão do painel dois militares portugueses e, pelo Brasil, o ex-ministro do Supremo, da Justiça e da Defesa Nelson Jobim, o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o general Valério Trindade Stumpf.

General Stumpf na lista de palestrantes da 11ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa.

Há dois anos, em julho de 2021, quando Valério Stumpf chefiava o Comando Militar do Sul, o general foi o responsável por fazer circular entre os seus subordinados um questionário preparatório para o documento chamado “Projeto de Nação – O Brasil em 2035”.

O “Projeto de Nação – O Brasil em 2035” foi um plano de poder militar multidécadas articulado pelos generais da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-dirigente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), ligado ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, e Eduardo Villas Bôas, a quem Jair Bolsonaro atribui sua chegada ao Palácio do Planalto.

Divulgado em maio de 2022 pelos seus urdidores, o “Projeto de Nação” previa eliminar a gratuidade do SUS, superar o “poder midiático e eleitoral do discurso globalista” e neutralizar “a doutrinação facciosa efetuada por professores”. Naquele mês e ano, poucos dias antes da divulgação do “Projeto de Nação”, Valério Stumpf foi nomeado por Bolsonaro para chefiar o Estado-Maior do Exército (EME).

O “Projeto de Nação” foi abortado primeiro pela vitória de Lula e depois pela derrota do golpe contra a vitória de Lula. Há dois meses, em abril, Valério Stumpf foi rendido no comando do EME, de onde o general saiu, impune, para a reserva e para a presidência da POUPEX, a previdência privada dos militares.

Semanas atrás, em 1º de junho, o general Stumpf, representando a POUPEX, assinou um termo de compromisso com o STF para concessão de linhas de crédito imobiliário aos ministros, servidores ativos, aposentados e pensionistas do tribunal.

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