google search engine on screen
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Está prestes a acontecer aquela que pode ser a mais significativa mudança em anos no motor de busca da Google. A julgar pelos primeiros vislumbres, a mudança, calcada em Inteligência Artificial, tende a agravar um cenário digital que já é – e não é de hoje – de imensa concentração de poderes sobre as informações que as pessoas veem, as informações que as pessoas não veem, as fontes de informação e até sobre os encaminhamentos e percursos da vontade de saber.

Os “experimentos” que vêm sendo feitos no motor de busca da Google foram apresentados na última quarta-feira, 10, na conferência de programação organizada anualmente pela empresa em São Francisco, na Califórnia. O cerne dos “experimentos” parece ser a geração de conteúdo por AI para ser exibido na própria página do Google Buscas.

“Você verá um instantâneo com inteligência artificial das principais informações a serem consideradas, com links para se aprofundar”, diz a Google.

Segundo a Google, o motor de busca da casa vai passar a fazer para você o “trabalho pesado” de ponderar e escolher a partir do que o Google retorna como resultado entre a vastidão de informações disponíveis na internet, em ranqueamento que por si só já é feito mediante uma sequência arbitrária de comandos. O que a Google chama de “trabalho pesado” é nada mais, nada menos que o bom e velho ato de reflexão, ou, nas palavras da própria Google, “juntar as coisas por conta própria”.

O site Nieman Lab, da Fundação Nieman para o Jornalismo da Universidade de Harvard, reuniu impressões de quem testou as futuras alterações no Google Busca, chamadas de Experiência Generativa na Busca (SGE, na sigla em inglês). A impressão de Geoffrey Fowler, colunista de tecnologia do Washington Post, por exemplo, sobre a Google SGE foi de que ela “pode significar que nunca vou a outro site [que não esteja nos ‘links para se aprofundar’] para descobrir algo novo ou um contexto importante”.

Além disso, está no horizonte do Google Busca um filtro chamado “Perspectivas”, para direcionamento a Conteúdo Gerado Pelo Usuário, que tem sigla em inglês também: UGC.

“Nas próximas semanas, quando você pesquisar algo que possa se beneficiar das experiências de outras pessoas, poderá ver um filtro de Perspectivas no topo dos resultados da pesquisa. Toque no filtro e você verá exclusivamente vídeos longos e curtos, imagens e postagens escritas que as pessoas compartilharam em fóruns de discussão, sites de perguntas e respostas e plataformas de mídia social. Também mostraremos mais detalhes sobre os criadores desse conteúdo, como nome, foto de perfil ou informações sobre a popularidade de seu conteúdo”, diz a Google.

“Essa mudança – diz o Nieman Lab – ocorre em um momento em que os americanos buscam cada vez mais notícias e informações de indivíduos, não de instituições”.

Em suma: o futuro – próximo – do senhor de todos os algoritmos da internet será de mais Inteligência Artificial e Conteúdo Gerado Pelo Usuário e de menos instituições e contextos importantes. Façam as contas e vejam no que vai dar, ou melhor, o que vai piorar.

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