Disse assim o Ministério da Defesa ao TSE nesta quarta-feira, 19, ao negar-se a entregar à Justiça Eleitoral, conforme havia sido determinado por Alexandre de Moraes, relatório sobre a “apuração paralela” feita pelos militares no primeiro turno:
“Ao término do processo será elaborado um relatório contemplando toda a extensão da atuação das Forças Armadas como entidades fiscalizadoras, com os documentos atinentes às atividades em comento. Tal relatório será encaminhado ao TSE em até 30 dias após o encerramento da etapa 8 do Plano de Trabalho”.
Come Ananás teve acesso ao Plano de Trabalho da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação (EFASEV) e deu detalhes do documento na última quarta-feira, 12, em primeira mão.
Trata-se, a etapa 8 do Plano de Trabalho da EFASEV, da coleta e análise de “artefatos relacionados às urnas” para “verificação pós-pleito em busca de anomalias nos dados fornecidos pela Justiça Eleitoral”.

O documento diz, sobre a etapa 8, que “existem oportunidades de análise que podem dar subsídio para identificar anomalias observadas na execução do processo de votação”.
O Plano de Trabalho da EFASEV é datado do dia 8 de setembro e prevê que a etapa 8 pode se estender até o dia 5 de janeiro de 2023 – “60 dias após o pleito”, diz o plano, em referência, portanto, ao segundo turno das eleições.

De modo que o Ministério da Defesa disse nesta quarta-feira à Justiça Eleitoral que o relatório sobre a “auditoria” ou “fiscalização” das urnas eletrônicas pelas Forças Armadas pode sair só em fevereiro do ano que vem.
Curiosamente, a resposta do Ministério da Defesa ao TSE não é assinada pelo general-ministro Paulo Sergio Nogueira de Oliveira ou pelo chefe da EFASEV, coronel do Exército Marcelo Nogueira de Sousa; a resposta é assinada pelo coronel Wagner Oliveira da Silva, subchefe da EFASEV, e pelo contra-almirante Paulo Roberto Saraiva, subchefe de Comando e Controle.
A imprensa brasileira, até agora, está passando largo do detalhe da “etapa 8”, dizendo que a Defesa prometeu entregar o relatório em até 30 dias após o segundo turno. Errado.
A notícia sobre a resposta – esta resposta – da Defesa ao TSE saiu concomitantemente à divulgação da pesquisa Datafolha em que pela primeira vez Lula e Bolsonaro aparecem em cenário de empate técnico.
O Brasil está no meio de uma guerra psicológica como nunca antes na história deste país.
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