Ricardo Barros (Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil).

Em uma reviravolta, a Anvisa cancelou nesta quarta-feira, 19, a autorização que tinha dado no fim de dezembro para a comercialização no Brasil de um spray nasal que, segundo a fabricante, uma empresa israelense, impediria a infecção pelo vírus da covid-19.

A distribuidora do produto no Brasil seria a Belcher Farmacêutica, de Maringá, no Paraná. Um dos sócios da Belcher, Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, é filho de um amigo de longa data do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.

Foi este Come Ananás que denunciou a ligação da Belcher Farmacêutica com Barros, em junho do ano passado. Naquele momento, o Ministério da Saúde tinha assinado com a Belcher uma intenção de compra de 60 milhões de doses de uma vacina contra a covid fabricada pela empresa chinesa CanSino, a 17 dólares a dose. Seria a vacina mais cara comprada pelo SUS.

O caso rapidamente chegou à CPI da Pandemia, e o negócio, da ordem R$ 5 bilhões, foi cancelado após a CanSino descredenciar a Belcher como sua representante no Brasil.

Agora, a Folha de S.Paulo dá conta de que, “após a liberação [pela Anvisa], uma auditoria comprovou que o produto não correspondia à descrição devido à falta de estudos de eficácia”.

A Belcher, então, apresentou produto e descrição do produto divergentes. Lindo. A Belcher tenta, mas está difícil para um amigo de Ricardo Barros ganhar dinheiro com a pandemia.

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