Numa eventual enquete, seria duro escolher, entre três opções apontadas arbitrariamente, o editorial mais calhorda da Folha de S.Paulo publicado neste século da Graça.
No anno domini de 2009, teve o editorial da “Ditabranda” – “caso do Brasil entre 1964 e 1985”. Os mortos e desaparecidos da ditadura brasileira (enfim, os mortos) mandam lembranças à Barão de Limeira, 425, Campos Elísios, São Paulo, Brasil.
Em 2020, em plena pandemia – em pleno genocídio -, teve o editorial “Jair Rousseff”, quando a Folha cometeu a ignomínia de nivelar, equiparar, corresponder, fundir mesmo o sobrenome de uma torturada ao prenome do maior fã de torturador.
Naquele editorial, a Folha chega a dizer que Bolsonaro teve o “azar de suceder à petista a Dilma Rousseff” (na verdade, Bolsonaro sucedeu a Michel Temer).
Nesta semana, apareceu o editorial “Jair do Vigor”: segundo a Folha, o múltiplo genocida (dos ianomami, em Roraima; de brasileiros em geral, de norte a sul do país, em dobradinha com o SarS-Cov-2), de volta ao país e “opondo-se ao petismo”, pode dar “vigor” à política brasileira, desde que aprenda a portar-se à mesa.
Diante da repercussão negativa do editorial “Jair do Vigor”, a Folha mudou o final, o último parágrafo, sob a seguinte patuscada: “Por erro da Redação, foi publicada uma versão anterior deste editorial, com uma conclusão diferente da aprovada para a edição impressa. O texto foi corrigido”.
Mudou De:
“Opondo-se ao petismo, o bolsonarismo pode dar vigor à política brasileira – desde que abandone a violência, a atitude antidemocrática e a polarização irracional”.
Para:
“O bolsonarismo até poderia, se abandonasse a violência e o autoritarismo, liderar uma oposição saudável ao PT. Esse não é, infelizmente, o desfecho mais provável”.
Que grande diferença…
A Folha, caso abandonasse a especulação com a violação dos Direitos Humanos, com o fascismo, poderia liderar sabe-se lá o quê…
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