Na manhã seguinte ao dia em que Jair Bolsonaro declarou a si próprio sultão do Estado Islâmico do Iraque do Levante, a GloboNews achou uma boa ideia ouvir, sobre “risco de golpe” no Brasil atual, a consultoria que cravou que Dilma sobreviveria ao golpe de 2016.
Dilma está vivinha Rousseff, mas a Eurasia apostava, em dezembro de 2015, que ela sobreviveria era no cargo.
Pois Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da “consultoria de risco” Eurásia, cravou na manhã desta quarta-feira, 8, que “o risco de ruptura democrática no Brasil está abaixo de 5%”.
É a mesmíssima avaliação feita por Christopher Garman no fim de agosto. Parece não ter mudado nada, nem um pontinho percentual, o fato de o presidente da República ter anunciado, horas antes da entrevista de Garman à GloboNews, que não vai mais cumprir determinações judiciais.
Entre os motivos para o terreno seguro, o mar de tranquilidade, o céu de brigadeiro apontado por Garman estaria o fato de as Forças Armadas brasileiras – de Braga Netto, Pazuello e do chefe da Aeronáutica que disse que “homem armado não ameaça” -, estaria o fato de as FFAA, dizíamos, gozarem de “maturidade democrática”.
‘Um exagero’
Em 2018, quando a revista britânica The Economist pôs Bolsonaro em capa dizendo que sua eleição representaria uma ameaça para a maior Democracia brasileira, a Eurasia disse que foi um “exagero”.

Em janeiro último, a Eurasia olhou para os pauzinhos do I Ching e previu que entre os 10 maiores riscos de 2021 estava uma crise… na Turquia. Nem um pauzinho sobre o Afeganistão.
Não obstante isso tudo, não obstante tudo isso, a Eurasia é considerada a principal consultoria, avaliadora de “risco político” do mundo.
E nós que pensávamos que era o Centrão.