Michel Temer (Foto: Lula Marques).

Notícias do esplendor da reforma trabalhista de Michel Temer, especialmente “no tocante”, como diria o outro, a uma lasca do mercado na qual se dizia que, com a reforma, irromperiam empregos como numa explosão de pixels: as startups.

Desde março, a operação no Brasil da mexicana Kavak, startup de compra e venda de carros seminovos, já botou mais de 300 pessoas no olho da rua. A peruana Favo, supermercado online que promete preços de atacado, acaba de levantar a barraca e ir-se embora do país, deixando 171 desempregados para trás. A colombiana Frubana, startup de compras para restaurantes, “cortou o time” em 27 cabeças, 54 braços.

A brazuca Sami, “healthtech de planos de saúde”, acaba de dispensar 75 funcionários.

A startup estadunidense Domestika, de cursos online, demitiu 40 funcionários no Brasil em março. São 40 novos clientes potencias da Domestika que tentarão arranjar sustento após comprar um curso de “decoração narrativa em cerâmica”, “tricô para roupas com mangas raglan” ou “design e criação de amigurumis”.

Exemplos de amigurumis à venda na internet:

A também estadunidense Forever 21, startup de “fast-fashion”, entrou em liquidação “até onde durarem os estoques”, ou até domingo, quando fechará todas as suas 15 lojas no Brasil.

“A liquidação está indo bem. As prateleiras e cabides vão ser vendidas a outras empresas. Eu mesmo não sei onde vou trabalhar agora”, disse ao portal Terra um funcionário da loja da startup no shopping Bourbon, em São Paulo, sobre si próprio e sobre as peças com pelo menos 50% de desconto.

Quanto às centenas de funcionários da Forever 21 aqui nos suis do mundo, 100% vão engrossar o número de mais de dois mil trabalhadores demitidos de startups no Brasil desde março – e o número de mais de 11 milhões de trabalhadores desempregados no país.

Desculpe lá. Não é mais trabalhador; é “colaborador”. Demissão não é mais demissão; é “desligamento”. Demissão em massa virou “cortar o time”, e desempregado é apenas um ser errante em busca de “recolocação”.

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