Plínio Salgado, líder dos integralistas, arejando o sovaco na primeira metade do século XX.

Abrindo a Assembleia Geral das Nações Unidas, Jair Bolsonaro atacou seu adversário nas eleições domésticas; fez retinir nos mármores na ONU o mesmo verbo, “extirpar”, que usou quando, dias atrás, referiu-se ao que pretende fazer com Lula; mentiu aos borbotões, como sempre; escarneceu dos mortos que ajudou a matar ao dizer que, na pandemia, “não poupou esforços para salvar vidas”.

Mesmo assim, a avaliação geral no Brasil na tarde desta terça-feira, 20, é que o discurso de Bolsonaro na ONU foi “moderado”, “careta”, e por aí vai.

Jair Bolsonaro não é exatamente um orador, como tampouco o era um membro da Ação Integralista Brasileira, agremiação fascista da primeira metade do século XX, que começou assim um discurso no interior do Sergipe no tempo em que os “galinhas verdes” falavam:

“Não sou um orador, apenas sinto-me entusiasmado por ser partidário do movimento integralista, o que tem como base Deus, pátria e família”.

Às palavras que os integralistas, os fascistas brasileiros, usavam como lema, eles se referiam como “a santa trilogia”. À ela, Bolsonaro e os bolsonaristas acrescentaram um quarto elemento, traficado do lobby, da sua base armamentista: “liberdade”.

“Deus, Pátria, família e liberdade”, foram as últimas palavras ditas por Jair Bolsonaro em seu discurso desta terça na ONU, antes de “muito obrigado”. Bolsonaro já havia proferido o bordão do fascismo brasileiro no ato da sua filiação ao PL e nas considerações finais do primeiro e até agora único debate entre os candidatos à presidência da República em 2022, entre outras ocasiões.

Até ontem general da ativa, até anteontem chefe da intervenção federal no Rio de Janeiro, Walter Souza Braga Netto, vice de Bolsonaro, também anda recitando país afora o lema de Plínio Salgado, o líder dos extintos “galinhas verdes”.

Os galinhas verdes-oliva são a evolução, ou melhor, a involução da espécie.

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