Quando as ações do Credit Suisse arriaram quase 30%, na última quarta-feira, 15, não demorou mais que algumas horas para vir o anúncio do socorro, na forma de 50 bilhões de francos (US$ 54 bilhões) aportados pelo Banco Central Suíço sob uma dupla facilidade: Facilidade de Crédito Coberto e facilidade de liquidez de curto prazo.

Muita grana e tal, mas a ruína do segundo maior banco da Suíça, menor apenas que o UBS, poderia significar a ruína de todo o sistema bancário europeu e, logo, do mundo. Com uma história quase bicentenária – e um histórico recente de escândalos -, o Credit Suisse cresceu, engordou, dilatou tanto após múltiplas aquisições que acabou ficando “grande demais para quebrar”.

Mas, parafraseando a sabedoria intuitiva dos homens e mulheres endurecidos pelo trabalho, não há nada nesta vida, muito menos banco, grande demais para quebrar que não possa ficar ainda maior para quebrar: no último domingo, 19, o UBS anunciou a compra do Credit Suisse por US$ 3,25 bilhões, em negócio garantido pelo Estado suíço com um total de US$ 280 bilhões em créditos; em negócio que está parindo uma carteira de nada mais, nada menos que US$ 5 trilhões em recursos administrados em tudo quanto é latitude da esfera terrestre.

O CEO do USB, Ralph Hamer, explicou o negócio aos que são ignorantes de como este mundo funciona: a fusão não estava nos planos, mas acabou se tornando uma oportunidade.

“Isso porque o preço a ser pago, de 0,76 franco suíço por ação do Credit Suisse, representa um desconto de 60% em relação à cotação de fechamento da última sexta-feira (17), de 1,86 franco”, desenhou a Folha de S.Paulo, para quem ainda não tinha entendido.

E assim ficamos: a mais recente crise bancária a fazer tremer o globo de um polo ao outro terminou, quem diria, num episódio de pechincha, com um “desconto” de fazer inveja aos mais obstinados caçadores de precinhos do Saara, e para zero espanto de um mundo refém da loucura da razão econômica.

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