Na tarde desta segunda-feira, 6, jornalistas cheios de fontes, esguichos e chafarizes cravavam de celulares nervosos em punho que, apesar da tentativa de manobra de Kassio Nunes Marques, jogando o caso Francischini para a segunda turma do STF, o plenário do “Pretório Excelso” iria, sim, dar um veredito para o caso nesta terça-feira, 7.
Pois na virada de segunda para terça, assim que aberto o julgamento no plenário virtual do Supremo, André Mendonça, como era previsível, vem e pede vistas, sem prazo para liberar a matéria da cassação de Fernando Francischini, mantendo suspensas as claras jurisprudências criadas oito meses atrás sobre as consequências de dar azo em redes sociais a mentiras deslavadas sobre o processo eleitoral.
André Mendonça está na segunda turma, junto com Nunes Marques, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
A mesma imprensa que cravou que Nunes Marques seria devorado no plenário por seus pares vinha avaliando a atuação de Andre Mendonça no Supremo como “independente”, principalmente por causa de seu voto terrivelmente inesperado pela condenação de Daniel Silveira.
Como se Bolsonaro não tivesse deitado e rolado em cima da condenação de Daniel Silveira, com o “indulto da graça” que ficou por isso mesmo e tudo mais.
A votação no plenário virtual do STF foi aberta à meia-noite. André Mendonça, como quem põe um fio do implante capilar, pediu vista à meia-noite e um.
Michele Bolsonaro deve ter gozado em línguas e Michel Dobbs, autor de um livro sobre a crise dos mísseis em Cuba chamado “Um minuto para a meia-noite”, deve pensando em inglês que, holy shit, se passou da meia-noite, é guerra.