Eduardo Bolsonaro, Filipe Barros, General Girão e Bia Kicis: todos do PL, todos da Frente Digital, todos investigados do inquérito das fake news.

Associação de defesa dos interesses das big techs no Legislativo, tendo sido a responsável por barrar a tramitação do PL das Fake News na Câmara das Deputados, a Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digitais (Frente Digital) tem entre seus membros nada menos que 50 deputados do PL de Jair Bolsonaro.

Estes 50 do PL são metade da bancada do partido na Câmara e representam praticamente um quarto da composição da Frente Digital na casa, que é de 204 deputados. Muitos desses 50 deputados do PL e da Frente Digital são notórios apóstolos da desinformação e discursos de ódio.

Abilio Brunini (PL-MT), por exemplo, chegou a postar vídeos após os ataques do 8/1 negando que a Câmara tivesse sido depredada: “você fica assistindo à internet achando que está tudo quebrado, mas não está. Não é verdade”.

Outro deputado do PL que integra a Frente Digital, Maurício do Vôlei (PL-MG), ganhou notoriedade para além da esfera esportiva fazendo postagens homofóbicas nas redes sociais. Como esta, de 2017, no Instagram: “Sou do tempo que fumar era bonito e dar a bunda era feio! Hoje fumar é feio e dar a bunda é bonito! Sorte que sou velho. Graças a Deus”.

Um terceiro é Gustavo Gayer. Há poucos dias, participando de um podcast no YouTube, Gayer cometeu crime de racismo, dizendo: “Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado”.

Outros quatro deputados do PL que integram a Frente Digital são investigados no inquérito das fake news que corre no STF: Bia Kicis (DF), Filipe Barros (PR), Eduardo Bolsonaro (SP) e General Girão (RN).

A Frente Digital está para a questão da internet para como a Frente Parlamentar da Agropecuária está para a questão fundiária: ambas, a bancada ruralista e a bancada digital, constituíram-se para a defesa dos interesses dos latifúndios, respectivamente os de terra e os das plataformas onde vicejam, adubadas pelos algoritmos, as chamadas “fazendas de fake news”.

Da mesma forma, o Instituto Cidadania Digital (ICD) está para a Frente Digital como o Instituto Pensar Agro está para a bancada ruralista: ambos municiam as frentes parlamentares às quais estão vinculados com pautas e encaminhamentos político-legislativos. O ICD chega a se apresentar como “secretariado-executivo” da Frente Digital.

Em maio, Come Ananás mostrou que o Instituto Cidadania Digital é mantido por três entidades de direito privado financiadas por algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Google, Meta, Twitter e Uber. Depois, mostramos as conexões deste lobby das big techs, do instituto que municia a Frente Digital, com a direita e a extrema-direita.

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