O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

Bela Megale informa n’O Globo que a cúpula do União Brasil ameaça levar 50 deputados para a oposição se o presidente Lula não demitir Daniela do Waguinho do Ministério do Turismo e pôr em seu lugar o deputado Celso Sabino, um bolsoevangélico do Pará. Na esteira, o União Brasil pretende alijar Marcelo Freixo do comando da Embratur.

No comando do assalto, o corsário da política que em 2018 arrendou o PSL para Jair Bolsonaro singrar o caminho do Palácio do Planalto: Luciano Bivar.

De fato, até a tarde desta segunda-feira, 12, quase 50 deputados do União Brasil já tinham assinado um documento para ser entregue a Lula “externando nossa deliberação na escolha do Celso Sabino para representar o partido na Esplanada dos Ministérios”.

“Nossa deliberação”: na câmara baixa da República, a câmara das mais baixas chantagens, Ali Bivar e os 50 ladrões querem roubar a caneta do presidente Lula, aquela dada por um popular a Lula no Piauí em 1989 para a assinatura do termo de posse.

Ali Bivar e os 50 ladrões não são os únicos que, nesta toada de transigência do governo com chantagens, de abrir portas que não fecham mais, acabam conseguindo roubar o mandato de Lula, seja com um “Abre-te Sésamo!” para um processo de impeachment, seja dominando cada vez mais o governo com mil e uma noites de imposições, até o último dia de 2026. Que diferença faz?

Que diferença existe, aliás, entre os quase 50 deputados do União Brasil com os quais ameaça Ali Bivar e os 48 deputados do União Brasil que votaram a favor do marco temporal? Não seriam os mesmos? Já não estariam na oposição?

Na outra ponta de coação, o marido de Daniela do Waguinho, o Waguinho, deu uma entrevista nesta segunda à GloboNews na qual disse, em defesa da manutenção de sua esposa no Turismo, que o casal atuou para “estancar a sangria” dos votos em Bolsonaro no Rio de Janeiro em 2022. “Estancar a sangria”. Expressão comum, não? Sutileza é tudo.

Não se trata de Daniela do Waguinho, que tem ficha salpicada de relações com milicianos da Baixada Fluminense. Trata-se de que o programa de governo aprovado nas urnas à custa de muita luta e sofrimento, o programa de reconstrução nacional, está sendo sacrificado pouco a pouco no altar de Arthur Lira, da bancada ruralista, de uma Câmara bota baixa nisso.

Segundo a imprensa de referência, Marina Silva e o presidente do Ibama, Agostinho Mendonça, têm sido pressionados por ministros palacianos para nomearem políticos do centrão para cuidar até da política nacional do meio ambiente, porque “Lula tem sido aconselhado a não tratar nenhum de seus ministérios como tabus nas negociações políticas”.

O Ministério da Saúde também já entrou no radar das “negociações políticas”. Quem o quer de volta é PP de Lira e de Ricardo Barros. O partido se considera o “dono” da pasta desde o governo Michel Temer. Os genocidas querem a volta do Ministério da Doença e isto não seria um tabu…

Acabam conseguindo, afinal, roubar a caneta e o mandato, no caso de o governo, em vez de tratar o tipo penal de extorsão como “negociação política”, não tratar de gritar logo “pega ladrão!”.

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