Senador pelo Partido Republicano e pelo estado do Arkansas, o jovem e alucinado Tom Cotton se notabilizou por dizer, em 2020, que a escravidão nos EUA foi “um mal necessário” para a construção do país. Na semana passada, Cotton enviou cartas à CNN, às agências Associated Press e Reuters e ao jornal The New York Times exigindo explicações por “terem jornalistas integrados ao Hamas no ataque de 7 de outubro a Israel”.

Cotton vem pedindo que o Departamento de Justiça dos EUA abra uma investigação sobre o “caso”.

O New York Times respondeu assim:

Caro senador Cotton

Tenho certeza que você concorda que a propagação de desinformação e a retórica incendiária são ameaças à saúde da nossa democracia. Infelizmente, a sua carta de 9 de novembro ao New York Times agrava esses problemas.

Você diz na sua carta que está se baseando em “reportagens” de que funcionários do New York Times estiveram envolvidos no mortífero ataque do Hamas do dia 7 de outubro. Na verdade, você está apenas repetindo a desinformação publicada por um site que admitiu não ter qualquer evidência para suas afirmações. Nenhum funcionário do New York Times faz parte do Hamas, ou tinha conhecimento prévio do ataque, ou desempenhou qualquer papel no selvagem massacre daquele dia. As falsidades que circulam na internet podem ser chamadas de muitas coisas, mas certamente não são “reportagens”. Elas também não deveriam ser usadas por um senador dos EUA para acusar outros americanos de crimes. Para deixar claro: a única ligação do New York Times com o Hamas é que cobrimos a atuação desse grupo sem temores e, por vezes, sob grande risco, trazendo informações essenciais ao público sobre os ataques terroristas em Israel e o conflito em curso em Gaza.