Quarta-feira, 20 de abril: reunião do TSE com o Ministério da Defesa. Em primeiro plano, o general Heber. (Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE).

Três reuniões feitas nesta terça-feira, 3, em Brasília chamaram a atenção.

Sobre a primeira, a imprensa brasileira adianta que “Fux e Pacheco reagem a Bolsonaro e defendem a Democracia”. O meme do menininho cético até que andava sumido:

Sobre a segunda, entre Fux e o ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, o STF soltou nota dizendo que o general garantiu as Forças Armadas comportadas durante as eleições.

Caso as eleições não cheguem a acontecer, ninguém poderá dizer que mentiu duas vezes o general que há poucas semanas, quando ainda estava no comando do Exército, coassinava uma ordem do dia de comemoração da ditadura e dizendo que o golpe de 64 “fortaleceu a Democracia”…

Antes destas duas reuniões vespertinas, Jair Bolsonaro reuniu-se de manhã com o general Braga Netto; o general Paulo Sérgio; os comandantes das três forças armadas; o general Laerte de Souza Santos, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas; e – last but not least – Guido Amin Naves, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DCT).

Sobre as urnas eletrônicas, o general Guido Amin Naves já afirmou numa entrevista ao jornal Valor que elas são vulneráveis a ataques.

Na época, em 2019, o general comandava o Comando de Defesa Cibernética do Exército (ComDCiber). O cargo é ocupado hoje pelo general Heber Garcia Portella. Trata-se do milico que Walter Braga Netto enfiou na tal Comissão de Transparência das Eleições – flanco aberto aos golpistas pelo virginal Luis Roberto Barroso.

Hoje, no Exército de Caxias, o general Heber, chefe do ComDCiber, responde diretamente ao general Guido, chefe do DCT.

Dois dos participantes da concorrida reunião da manhã desta terça com Bolsonaro estiveram há duas semanas, sem alarde, no TSE, para ter com Edson Fachin e Alexandre de Moraes: os generais Paulo Sergio o Laerte de Souza Santos.

Acompanhou-os, na reunião da quarta-feira retrasada, o general Heber.

A ong Transparência Eleitoral Brasil informou que a reunião da semana retrasada no TSE foi sobre tratativas para os corriqueiros apoio logístico do Exército às eleições e operação de Garantia da Votação e Apuração (GVA) em localidades mais sensíveis em matéria de segurança pública, em geral nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Relembrando: chefe do Comando de Defesa Cibernética do Exército, o general Heber é o representante das Forças Armadas designado por Braga Netto para integrar, a convite de Barroso, o Comissão de Transparência das Eleições. Foi ele o responsável por encaminhar ao TSE, em nome dos militares, um provocativo, capcioso, malicioso questionário de 80 questões sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Chama a atenção, portanto, a presença do general Heber Portella numa reunião sobre logística e segurança, digamos, analógica, das eleições, conforme mostram fotos postadas num repositório de imagens do TSE.

Poucos dias depois da participação do general Heber numa reunião sobre logística e GVA, Luis Roberto Barroso disse que as Forças Armadas, “gentilmente convidadas para participar do processo [eleitoral], estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”.

Gentileza, afinal, gera é ardileza.

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